Como já expressei diversas vezes, eu não tenho religião tal como não tenho partidos, times, “clãs”, tribos, enfim, recuso-me ao rótulo. E rejeitando, também não demonizo. Aceito a medida da minha racionalidade. Dessa forma, embora não creia no que convencionaram chamar de Natal, creio no homem Jesus, como creio no homem Sidartha, como creio em tantos e tantas que buscaram com suas atitudes transformar partindo do próprio exemplo. E ser exemplo é, também ,nem sempre ser perfeito nas escolhas. Às vezes, é preciso errar para despertar. Para nos fazer ver e forçar a ser resiliente e ressignificar. Reescrever “a partir de” é rejeitar o “destino” fatalista e insistir na busca do(s) caminho(s) e da felicidade.
Estamos todos aqui por um propósito. Desconhecemos qual, contudo, nossas histórias anteriores levam a crer que bem ou mal nos ajudaremos a evoluir pois, sim, a Verdade pode não ser tão óbvia, só que ela se abre num leque e nos cabe saber se essa arma – a Verdade -, nos ajudará ou não ( o que depende de cada um de nós) a dar a guinada necessária para transformar o nosso mundo estático – o qual nos apegamos por padrão, comodismo e ( ou falta de ?) cultura.
O que estamos fazendo aqui? Se coincidência ou arte do jogo do Universo, o transcorrer do tempo nos trará respostas e mais perguntas.
*Sejamos sábios a fim de não reproduzirmos com os Outros, os erros sofridos, mimetizando nossos maiores desafetos;
*Sejamos fortes e puros de coração para não nos apegarmos ao Fim (do processo) e esquecermos do Princípio (dos fundamentos!);
Que assim seja:
Que 2017 possa ser a nossa melhor parte do Caminho...
Traz diversos pequenos textos, escritos por vários mestres da filosofia oriental, Chan (Zen), da dinastia Song, na China dos séculos X a XIII. Os ensinamentos neles contidos são simples e muito significativos, conduzem à uma reflexão indispensável nos dias atuais.
"Se,(...) a mente retém gostos e desgostos, e seus sentimentos se afundam em prejulgamentos, então mesmo se você tiver um espírito determinado como o dos antigos, temo que nunca verá o Caminho."
( A Vontade, fls 51)
Discute a noção histórico- linear e a noção cíclica do Tempo, esquecida ou desprezada pelas culturas ocidentais, utilizando-se da perspectiva histórica / sociocultural da índia. Explica a origem do sistema de castas, sua degeneração e aponta para possíveis transformações. " Na Índia, Gyan é a palavra usada para conhecimento espiritual e Vygian é a palavra que designa ciência. É dito que quando Gyan e Vygian convergirem, quando algo que atua no silêncio revelar algo à ciência, não estará longe o início de uma série de transformações que irão culminar numa nova era para o mundo." ( fls 123)
Particularmente, gostei bastante porque sempre acreditei que o invisível dá sustentação ao visível e, a última frase desse livro dá indicações de que não estou sozinha com tais pensamentos...
"Tudo que é novo começa no invisível"
Como existem muitos ensinos budistas, o livro objetiva esclarecer a respeito da essência do budismo e especificamente, do budismo nitiren. Explica acerca das duas correntes do budismo , nascidas ao norte e ao sul da Índia e das suas influências/desdobramentos sobre povos e outras religiões.
" Na índia antiga, a ciência e a filosofia desenvolveram-se simultaneamente." ( fls. 41
Essencial. Perfeito. Fácil. É a experiencia da Arte falando ao coração do homem moderno e guiando-o ao Caminho da harmonia consigo, com a Natureza, com a sociedade onde vive. É daqueles que hora ou outra estamos procurando para reler e se inspirar novamente.
" A transformação de um indivíduo, de uma equipe, de uma empresa ou de um país tem de começar pela autotransformação. A transformação não acontecerá com empregadores que querem que os 'outros' mudem, em vez de buscarem a mudança em si mesmos. Todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer. " (fls76)
A única coisa que prende o coração humano vem da alma: é Intocável, Inominada, Indescritível.
A única beleza que não se esvai ou esgota, não se traduz na perfeição da escrita ou da fala, no rosto e corpo perfeitos aos padroẽs do tempo, ou no gosto sofisticado - doutrinado desde a infância.
Mas, sim, nas atitudes espontâneas que enriquecem a convivência mais simples da vida. Um sorriso e um carinho; a compreensão e a admiração por algo que, até mesmo, se desconhece...
Solidão, mar tenebroso Faminto por almas - Diabólico gozo. Monstros cegos Sereias egos Abismo sem fim ou poço? Anos e anos a fio desafiando a correnteza do rio Imerso em mim: Não me peçam as mãos - levaram as minhas; Não me exijam os pés - eles se perderam noutras esquinas. O mundo em ruínas? Não. NEM MÃOS, NEM PÉS. O meu coração é todo só FÉ: Em mim, é de onde a energia mina.
" Os significados de "vencer" ou "perder" dependem daquilo que, no final, se revela - contrariando as expectativas -, mais benéfico para a pessoa. E isto, nem sempre, é "vencer". Os sinais estão por toda parte, o que nos falta é ver que também somos parte."
Vivemos
um momento de disputas intermináveis. Quando não entre pessoas do
mesmo sexo, junto ao sexo oposto, talvez, menos por preconceito por
parte de alguns e mais por medo de si e das próprias reações
diante de experiências novas, fatalmente comparadas com as passadas.
Os traumas dos relacionamentos permanecem na alma, retornam feito
fantasmas, acabam por minar o que poderia ser diferente e promissor.
Dizem que há uma cultura impregnando as relações humanas – a do
interesse -, presente fortemente na fala e nas ações das
últimas gerações. Todo fracasso do Eu está justificado sobre este
“interesse” que muitos temem e outros professam. Mas, que
interesse?
Observamos
que, o errado repetidas vezes se torna o certo, quando o discurso
acerca da mulher generaliza o gênero, não individualiza,
coletiviza as ações, como se todas fossem agir sempre
daquela desagradável forma. Este comportamento pouco saudável
pode atingir também os homens, contudo, não ocorre com tanta
frequência , como no caso da mulher. São raros aqueles que primam
por distinguir e separam gênero (1) de caráter. Aliás, alguns (e
algumas) antes precisam aprender a respeitar opiniões, ser mais
tolerantes com o diferente, preocupar-se mais com o aperfeiçoamento
interno do que com aquilo que ilude os sentidos. Certa vez,
alguém comentou, surpreso, de que tal moça tinha os cabelos
azuis e usava roupas e batom pretos, mas que ajudou a uma
senhora. Associou a roupa
exótica, os pearcings, a aparência externa à uma caixinha
pré-fabricada. Assim, como
neste caso, outras associações são feitas levando em consideração
coisas fúteis e, não a essência de cada um. Se todos nós
colocamos uma máscara, a fim de sermos aceitos em dado grupo ao qual
desejamos pertencer, há de se esperar inúmeras máscaras – bastará
garimpar a essência,
os fundamentos
básicos que formam
o caráter para saber se vale ou não aquele relacionamento, seja
ele qual for. Desta forma, voltando a questão do “interesse”,
este todos têm: há
de distinguirmos aquilo que é nocivo a nossa pessoa e aquilo que nos
será favorável também. Quem não tem interesse em fazer amigos?
Quem não tem interesse em encontrar o tal
amor? Quem não tem interesse em ser feliz ao executar o seu trabalho
(2)? É a qualidade
disto tudo que conta. Cabe
a cada um de nós antes
de julgar como farinha do
mesmo saco compreender
cada criatura, sentenciando
menos, discernindo
mais. No caso anterior, o espanto por alguém atípico (na visão
daquela pessoa) ajudar a idosa, reflete
a sua incapacidade de perceber
que ajudar pode ser também um interesse, por
deixar quem ajuda realizado(a).
Não é porque quer algo
material. Não é porque é
tapado(a)
e pode ser manipulado(a).
Explorado(a).Fazer bem a alguém pode
fazer bem à pessoa.Se
todos nós somos interesseiros por natureza, a natureza do interesse
deve ser distinta: quem diz não ter interesses, mente.
Enfim,
mulheres e homens podem ser interesseiros – não só as mulheres
como tanto é frisado, à exaustão e, inclusive, pelas mulheres.
Existem estudos na área da Economia que demonstram o empobrecimento repentino de mulheres que contribuíram a vida inteira,
economicamente, com a manutenção da vida familiar e que na velhice,
ou foram abandonadas ou viúvas, passaram a sofrer com
a impossibilidade
de suprir necessidades
básicas ou mesmo, caíramna
indigência. Estes economistas costumam aconselhar as gerações
atuais a fazer alguma forma de previdência, investimento ou poupança
com vistas a evitar um futuro degradante. São
inúmeros os casos em que mulheres doentes são abandonadas com a
prole, sem sequer saber do paradeiro da “espécie”. Destes casos
ninguém fala. Nem as mulheres. É só dar uma passadinha no setor de
Oncologia do Hospital das Clínicas e
outros.E ouvir as histórias.
Por
outro lado, há homens magníficos e companheiros, sim. Porque tudo é
questão de caráter e não de gênero. Como os seus pais criaram é
que define em parte o que que você é. Este alerta é acima de tudo
para as próprias mulheres que deixam de ensinar os seus meninos a
respeitar outras mulheres e de ensinar as suas meninas de que elas
não precisam se estapearem na escola(3) por meninos, pois Amor
não é guerra,
ou nada do que disputas representam. Nós ocidentais temos o Ego
maior do que o cérebro, queremos ser sempre o(a)
mais, o(a)
melhor, quando Ser pode ser bem mais simples. Apenas
espontâneo.
Só a seu lado que eu posso ser grande. Pequena, no aconchego do seu colo, Perfeita para as formas desse solo. Se faço verdejantes as sementes, Latentes esperanças reacendem o olhar: E como água eu me espraio sem pensar. E como ar, você que é a brisa, Num sopro de Deus veio para me tocar; Ensinar que se nem tudo se realiza, Ha um plano melhor para nos guiar. Tão oposto,igual e diferente, De repente, me fez lembrar ser gente. E Tento não desprezar os novos caminhos: Mas logo descubro que de nenhum, fujo aos espinhos.
Um grama de alegria: O remédio que a tudo alivia; A velha fórmula mágica que dá sentido ao dia; E todo brilho que irradia É energia para espantar a covardia Das tantas batalhas vazias... Se viver não nos oferece a garantia Se amar carece de morrermos dia a dia Se crescer é aprender o que ainda não sabia A pequena dose que nos desafia A seguir, sem prever a melhor via, Só um grama de alegria: Que louco a ela renuncia?
Eu sou por mim mesma E somente por mim eu vou. Esgotada pelo subemprego Pelo submundo Pela sobrevida que oferece mundos e fundos, Sem fôlego para pagar a dívida Que não é minha. Com um pé na linha E o outro no precipício - Só artifícios. E tudo a desabar: O trem desliza no ar Vagões daqui, vagões de lá Dança macabra Que nunca se acaba Como a cal e a pá. Há muito parei de falar E logo, deixei de ser ouvida. Se as palavras morrem Com elas se vai a energia criativa... Se não sei nomear bem o mundo O mundo me nomeia mal. Se da fronteira eu descuido Não posso me sentir igual.
A inteligencia está em ver naquilo que se apresentava por finito, inúmeras novas possibilidades e, acima de tudo, em agir fundamentado na melhor delas.
Agir sem apego aos frutos da ação é o caminho para a libertação
(Sri Krishina – Baghavad Gita*)
Por muito tempo estive afastada do Engenholiterarte e das coisas mais importantes para a minha felicidade, como da prática do Ninjutsu. E há muito escrevo acerca dessa cultura magnífica, sempre e cada vez mais surpreendente, a cultura japonesa, propondo-me a analisar aquilo que interpreto por meio dos veículos disponíveis que nos “aproximam”, a medida do possível. Neste caminho, a paixão pelo que encontrei na terra dos Kami me levou a querer vivenciar um pouco desse universo rico, transcrito nos meus primeiros contatos nas obras ficcionais dos mangás e animes, para depois mergulhar na pesquisa detalhada, tanto dos mitos e lendas, quanto das diversas filosofias que moldam o caráter mais tradicional do povo japonês e de suas mudanças com a influência do ocidente.
A arte dos mangás/animes quando bem realizada nos anima a busca por outros horizontes: neste caminho, com a finalidade de analisá-los didaticamente, conheci a arte marcial cujo conteúdo filosófico/forma são extremamente sedutores. Depois dela, outras artes e outras coisas igualmente sedutoras - como a espada samurai -, muito diferentes na técnica e ao mesmo tempo semelhantes na essência. São artes marciais incríveis que vêm solapando o meu modo ocidental(1) de ver o mundo, apresentando novos caminhos e desafios, já que se tornar diferente do padrão é se preparar para aceitar o exílio e o rótulo nos círculos que se dizem “normais”. Mas, pelos fundamentos apresentados no “Engenho” é perceptível que isto não me incomoda.
O que sobrou do meu ser depois de Meretriz (2) numa babel burocrática, onde a necessidade de sobrevivência me tolia com aspereza e deboche qualquer manifestação foi o silêncio. Acostumei a viver nas sombras (3). Atrofiando o cérebro, muda, segui naquele ambiente por anos (4). O Engenholiterarte nasceu da necessidade de não perder o foco nos próprios princípios. Manter a mente ativa, autônoma, descontaminada da síndrome do BBB no trabalho. E o amor pelo ninjutsu e pela espada samurai nasceu do Engenholiterarte. Aprender com quem estudou e continua divulgando com carinho e dedicação as antigas tradições era perfeito. Contudo, o problema na coluna não tardou a chegar, certamente, ocasionado pelas longas horas a frente do computador sem os devidos cuidados posturais. Com a doença vieram os contratempos no trabalho, a impossibilidade de me concentrar e escrever no “Engenho”; as dificuldades para eu me movimentar. Foi um período infinitamente solitário. Raríssimas pessoas permaneceram comigo.
Mais do que o meu corpo a minha alma doía.
Havia um remédio contra a dor que deixava o raciocínio zero. Parei de ler, de escrever, nem sei se vivi. Tudo desabou ao mesmo tempo. Quando tentei voltar ao menos a fazer exercícios esse remédio não me permitia sequer o entendimento do que o instrutor dizia, menos ainda, alguma reação. Parei de tomar a tal medicação. Era a dor ou a minha sanidade. Preferi a segunda. O outro medicamento, entretanto, foi ótimo. Com hábitos melhores, poucas horas na frente de uma tela, etc, gradativamente, estou a me recuperar da dor causada pelas lesões. Não estou curada, mas graças as habilidades e o conhecimento de um grande mestre, pude voltar a ter esperança e, logo, retornar às artes que me tornam feliz.
Às pessoas que me acolheram com tanto RESPEITO, agradeço não por obrigação, mas também por RESPEITO e profunda admiração as suas posturas. Num Dojo aprendemos a dar valor à vida e aos nossos companheiros, compreendemos o quanto é sagrado aquele solo em que todos sorriem, se abraçam, ensinam, enfim, ajudam a levantar a alma do chão. Aquele que é exemplo atrai e imprime a sua marca no coração de cada um de nós – seja chamado de mestre ou de sensei ou de qualquer outro nome - , com ele e por ele nunca haverá humilhação e/ou discórdia. Desse modo, a ALEGRIA que é um presente divino volta a reinar e a purificar o coração, a mente e o espírito de todos.
...Nascemos ASSIM e, como era no Princípio, que seja pela Eternidade...
Mestre André – Arqueria – Pakua-Saúde (altruísmo, habilidade e conhecimento);
E a todos os meus companheiros das artes marciais que frequento e as que não frequento, no Brasil e no mundo, porque esse Espírito é o berço sagrado de todas.
*Conceito e frase extraídos da obra:
MOON. Richard. Aikido – em três lições simples. Editora Pensamento/Cultrix, 2006; fls71/72; fls58 (respectivamente).
Terroristas são psicopatas membros de um Estado ou de organizações (criminosas e até oficiais) tentando ascender/permanecer (n)a posição "de", que doutrinam outros complexados de menor inteligencia e manipuláveis, a praticar a violência física, psicológica e material contra uma população inocente, visando desmoralizar opositores dentro do seu país ou de outros países, considerados por eles usurpadores de "direitos"( ou de privilégios?) exclusivos de certa categoria política, religiosa, racial e tantas outras bobagens que se inventa por aí a fim de justificar o injustificável.
" A cultura assemelha-se a uma árvore, uma árvore de lenda em que cada galho se distingue do vizinho, cada flor possui uma cor e um perfume próprios e cada fruto um sabor especial. Toda esta riqueza se formou naturalmente. Cada cultura e cada povo têm um caráter particular. Mas todos os galhos brotaram do mesmo tronco e se nutrem da mesma seiva. Se os galhos se partem e se separam do tronco, as flores murcham". Kaj Birket-Smith (A História da Cultura / Melhoramentos, 1962 )
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Função e direito à Cultura...
"A função da Cultura é provocar e até transgredir. Se não fosse a transgressão, Picasso não existiria." Danilo Santos de Miranda (Almanaque Brasil de Cultura Popular. ano 4, nº47, fevereiro de 2003, fls. 20/23)
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Direito à Cultura e ao lazer...
“Toda pessoa tem direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e participar do progresso científico e de seus benefícios”.
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Os nossos apedrejamentos...
Se não temos dentro do nosso país, a capacidade de proteger nossas próprias mulheres da brutalidade primitiva que as abate diariamente, sem chances de defesa, que moral têm nossas autoridades para salvar as dos outros? É expor demais nossas vergonhas: seguro, mesmo, é falar de Energia Nuclear.