"(...) -Como eu gosto de você?

Eu gosto de você do jeito que você se gosta".

O Mundo no Engenho... e o ENGENHO do Mundo

domingo, 30 de agosto de 2009

"A inspiração registra na arte a assinatura de uma Vida" - Fênix Cruz ...

ENGENHOLITERARTE A Pena Mágica e o Portal das Fantasias...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Refazendo...

(A Pena Mágica e o Portal das Fantasias - Fênix Cruz)

O que me fere  

Nos subterrâneos da pele, 

Verso...  

E minhas searas não serão Saaras, 

Pois, o meu amor emerso climatiza.

O que cultivo se refaz em vinhas, 

Adocica.

Quem ama por dentro 

Segue refazendo... 

Quem ama por fora  

Teme a cada aurora  

A metamorfose e os ventos:

Sem referencias,  

O coração não aporta... apenas, envelhece e aborta!  


Fênix...  


Como em mim também...  

Aprendi que pedra lisa  

Faz quedar nela quem pisa! 

Se passo  

A mel, banana e sal...  

Se passo bem  

Se passo mal,  

Passo... não fico na vida de ninguém:  

Passo largo  

À distância do juízo que se tem  

Das coisas tanto quanto fugidias... 

Fugidias  

Como em mim, também... 

 

Fênix


Das tantas artes pequenas...


Dizem que política não dá poesia,

Que é de mau gosto -

Qualquer arte de forma vazia!

Quiçá, possa eu num poema

Registrar o meu desgosto

Com essa outra arte pequena:

Desgosto por mau gosto,

Desabafo contra o dilema!

Tudo que se declara novo

Começa viciado...

Um país pré-concebido SEM POVO,

É certo que nasce condenado:

À batalhas por direitos - constantes;

À retoricas formuladas como antes;

À qualidade duma pobreza

Que principia na mente governante...

...São tantas as artes pequenas!
 

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A cultura da imaginação e a imaginação da Cultura - expressões da Arte, da Literatura, da Educação e outras expressões...

Perguntei a uma criança, que caminhava com uma vela' de onde vem essa luz?' No mesmo instante ela a apagou. 'Diga-me para onde foi, que eu lhe direi de onde veio'”

( Hasan de Basra, Os Sufis1)

Da palavra Cultura...

No século XVIII, o termo germânico Kultus simbolizava os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto que o francês civilization, representava, principalmente, os aspectos materiais de um povo. Foi em Edward Tylor que ambos foram sintetizados no inglês Culture. 2 Algumas obras mais antigas, também atribuem a origem, do latim Cultus ou, ação de cultivar. Vejamos: no sentido subjetivo, isto significa o alto grau de desenvolvimento da capacidade intelectual humana, patrimônio de idéias3 de épocas / lugares e seus respectivos povos. Um complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes4, enfim, toda produção sociocultural exclusiva de nossa espécie. Dessa forma, a saga humana reconstituída no decorrer do desenvolvimento da espécie em prol da própria sobrevivência é um inventário a respeito de como cada um dos diversos povos, dentro das mais diferentes sociedades, construíram, a partir de suas vivências, múltiplas culturas, constituindo, a Cultura, cuja as nuances há muito nos espanta e encanta. Os sere humanos buscam a sobrevivência lidando com o meio e com outras pessoas do mesmo grupo ou, de grupos diferentes de “dentro” e “fora” das suas sociedades, seja de uma mesma região ou lugar, mas todos objetivando a satisfação material e espiritual necessárias ao mínimo bem-estar. Como percebemos, o tempo e o espaço; o coletivo e o individual; o igual e o diferente, dentre tantos outros são conceitos históricos e socialmente construídos, carregados de simbologias importantes para que se entenda os relacionamentos que fazem da Terra, o que é: nossa morada... Justa ou injusta – mas espelho de nossas ações reais, em todos os tempos... E inspiradora por todos esses elementos, de nossas ações imaginárias, dialeticamente falando. Ou seja, para todo fato inexplicado, nascia e ainda nasce uma fantasia... Foi assim que o homem criou... Criou para explicar de onde viemos, o que somos e para onde vamos...

...De onde viemos, o que somos e para onde vamos é situar-se no mundo, questões que dentre muitas implicam em reflexões a respeito da “finitude” - que no terreno da horizontalidade é a única certeza do que está vivo-, e da “eternidade” - o divino na verticalidade e a temível incerteza de um depois... Como “gente” significa “identidade” ( sou, vou, pertenço...); como “humanidade” significa compreender o que nos permitiu atingir este grau de diferença em relação aos outros animais e se estamos agindo corretamente para nos preservar – preservando tudo que nos possibilita a vida, já que somos parte da Natureza... E significa ainda, valorizar as diferenças entre nós, adquiridas nessas experiências, sempre refutando as desigualdades. Em suma, o que nos interessa é a questão das identidades, das suas infinitas formas de linguagem, impressões e expressões. E são as investigações históricas que nos permitirão a compreensão da origem dos traços culturais, isto é, o particularismo histórico onde cada cultura segue o seu próprio caminho em função de eventos diferentes.5

Da imaginação...

A invenção do sagrado, talvez, tenha surgido exatamente nesse ponto – o da “identidade”. A religião, do latim religare - ligar, juntar, unir o homem à divindade -, tem sua manifestação visível nos cultos e nos ritos. Se faz presente nos mitos e reelabora arquetipicamente. Eles são a comunhão com o sobrenatural6 e, mesmo que sejam suas manifestações diversas, são constantes no inconsciente coletivo.

Os mitos não fazem parte da História, entretanto, sua simbologia extrapola o tempo, sendo readaptados em outras estórias ou histórias ( ao gosto do leitor). E é para entender o imaginário que os mitos são estudados. Decifrá-los é parte do quebra-cabeça que compõe a mentalidade dos povos. As lendas estão na alma popular e é o fabuloso personalizado transposto arquetipicamente até os nossos dias.

Bem mais tarde o antropocentrismo deslocou o foco do plano celeste para o terrestre. Mas, guardamos dentro de nós o fascínio por todo esse legado produzido por nossos antepassados. A diferença é que hoje é para fugir da aspereza cotidiana ou do tédio, que reinventamos a roda e criamos formas magníficas, aventuras, confusões e exorcizamos com isso o próprio medo. Imaginamos – pois é a imaginação que nos dá expectativas para crer em algo e continuar a viver. Talvez, reconstruindo como Bastian7, o mundo de Fantasia e, dessa forma, sonhar todas as noites que algo pode ser diferente amanhã...

“ O rio atinge os seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos”

( Lao-Tsé – To te King8, séc. V ª C)

Pode ser que em sua caminhada no seio da rocha bruta, esse rio que corre nas veias e no coração se tenha dado conta do próprio poder de encantar, de ser útil e alimentar a vida, fez-se divino e, como divino eternizou-se na obra, transcendeu os tempos. Mesmo que barrem os seus cursos, sua força vital mina dos subterrâneos dos mundos, numa estante escondida duma biblioteca qualquer, prestes a emergir e revelar quando de um leve virar de página...

Fênix Cruz

Vale lembrar que este é um espaço de expressões e impressões pessoais: território livre de discursos e amarras. Quem quiser rigor científico deve migrar para lugares apropriados, pondo os pés em terras firmes.

Notas:

1SHAH. Idries. Os Sufis, Circulo do livro,1977.

2LARAIA. Roque de Barros. Cultura – um conceito Antropológico. Zahar, 1986, p.30/40

3Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Cia do Material de Ensino / MEC; 1967, p. 134.

4LARAIA. Op. Cit.p.30/40.

5LARAIA. Idem idem, p.30/40.

6Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Op. Cit., p. 134.

7Bastian é o personagem principal de “A História Sem Fim”, obra de Michel Ende, mais tarde, transformada em filme.

8Nova Escola. Abril, junho/julho de 2004, p. 66

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Todo gênio só conhece o caos: a ordem fica para quem não cria!

( a Pena Mágica e o Portal das Fantasias – Fênix Cruz)

...Em terra de cego quem tem um olho é rei... Xiiiiiii... Seu azar! Ainda tenho mais quatro sentidos para usar!!! Hihihiiiiiiiiii...


Marfim

(Letra e melodia – Fênix Cruz ).

O que sobrou de mim

Endureceu – marfim...

Caiu num breu

Onde não existem sonhos...

Num marasmo medonho:

Sem ventos que sopram – o sentido;

Sem luzes que alertam – o perigo;

Sem os perfumes que despertam,

Sem os sabores que libertam – o corpo...

Sem escolhas, sem sim...

Sem vontade de troco...

Marfim.

( Sax e bateria )

Brotar de mim mesmo, verdejar!

Orquídea - de em tempo –, acordar!

Sair do lixo que descartaram o meu amar...

Sair do lixo – vicejar noutro par...



Delivery...

( sambinha da reflexão... Letra e melodia FC)

1ª Voz

Fala demais porque não sabe

Que cada um faz sua parte -

Não adianta reclamar -,

Enquanto pára, não sai do lugar!

2ª Voz

O homem se abriga em Marte

A mulher se afunda em Vênus...

Chorar não vai nada mudar!

Nem ficar disfarçando para vê-lo...

3ª voz

Há muito, eu rezei pra Santo Estevão,

Pedi que me tirasse do morro

E me desse - um bom emprego...

Sentei nos degraus da Catedral:

E o meu pedido até hoje não veio!

Sentei nos degraus da Catedral:

E o meu pedido até hoje não veio!

1ª voz – falada

...Tá pensando que o Céu tem Delivery e Correios?

Malandro um dia dança...

A um amigo metido(?) a Cafajeste... ( outro samba – o do aviso... De FC)

Quem pensa que engana

vive,mesmo, enganado!

Nunca sabe porque apanha,

Ou é largado de lado...

Para o amor não tem barganha,

Nem “estar” junto por acaso...

Aquele que se faz de malandro

E de todas conta um caso...

Esquece os meandros no curso da vida:

Que quem com os outros brinca

Um dia sai quebrado...

Que quem dos outros “tira”

Não sai dessa Terra blindado!



...Do inverno

( para Márcia, Jorge e seus amigos cantores - boa sorte!)


Eu não tenho chance de errar

Contar com mais outra partida.

Sinto que além desse luar,

O sonho que nasce - logo finda...

Ainda reage o meu coração,

Ao exílio que me apagou as fantasias!

Em ilha perdida

Vaguei sem saída

Até seu olhar me resgatar da prisão:

Ponte que agora

Fora de hora

Só me faz perder entre o sim e o não...

Mesmo que eu resista aos devaneios

E por todos os meios vá me afastar -

O estrago em meu peito está feito -,

O que rejeito já é desejo...Quero lhe amar...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Jogral: Identidades Paulistanas...Plurais sem Memória?

São Paulo de Saulo... Qual a sua cara? Quero ver quem fala Pra gente que está aqui! ( estudante) Fui Saulo de Tarso Sou Paulo de Tarso - Convertido a Cristão... E de braços abertos Para todos, eu prego: É na diversidade que deve haver união! ( Saulo de Tarso ) Sou Padre Anchieta Jesuíta e poeta Com meus companheiros Ergui nesta terra Um sonho tão grande Que nunca se encerra... (o Jesuíta) São Paulo de Saulo... Eu que era pagão! Caçava e pescava, Entendia o meu chão... ( o índio 1) Conhecia a mata Os rios, o capão... Eu carijo Tupi-guarani De escravo a peão! ( o índio 2) Se pudesse explicar A rudeza dos dias Apenas diria "Era a mentalidade dos tempos"... Caça ao índio, caça ao negro, caça ao ouro... Polêmico sou entre este povo Do heroísmo à vilania? De São Vicente ao Planalto - Para o interior num salto! Anhanguera, Borba Gato, Cidades surgindo atrás dos passos Sem fronteiras, as Bandeiras! (silêncio) Reconheço: tenho sangue em minhas mãos! ( o Bandeirante) E o sangue mestiço em suas veias! E nessa teia de conquistas E conquistadores... Eu, Rei de um reino vencido; Meu povo... Nós - arrancados de nossa terra africana, Atados às correntes do inferno da cana E da cultura do colonizador! (Rei africano) Surgem as meninas cantarolando (duas ) 1 - Tumba - tumbeiro Lá vem o negreiro Aportar no Brasil; (escrava urbana com tabuleiro de frutas) 2 - Mortos ao mar... Banzo e desprezo... ( Aia ) 3 - Lembranças duma África Bem aqui - a se apagar...Em nosso peito! ( as duas juntas, batem no peito...) África é Nagô; África é Banto; África é Angola No sangue do Brasil: Brasil de Zumbi, Ganga Zumba, Aleijadinho, Brasil de Pixinguinha, Milton Santos e Gil... (o poeta mulato) No Brasil de todo o negro Minha Cultura trouxe viva, Todo ser humano nasce livre Esta terra também é minha! (estudante) Fiz, fiz... Saí de meu Portugal Atravessei o Mar Tenebroso, Por causa daquele abril... Que calor! Quanto índio! Pensei que fosse fácil Voltar para lá mais rico! ( colonizador) (Muda o cenário e chegam os imigrantes lavradores e operários...Os migrantes...) Éramos exploradas Dezesseis horas diárias Por um minguado salário. Lutamos e morremos nas fábricas A luta por nossos direitos Não foi "mágica"... Vida dura de operária! (Operária) Vida dura de lavrador... Brasileiro desta terra também sou! (Lavrador Nipo - descendente) Liberdade! Liberdade! Espelho do Oriente! Este bairro é um presente Paulistana também sou! (Comerciante Nipo-descendente) Todos nós somos contentes De fazer parte das Gentes Que nesta terra se formou! ( alemã; indiana; árabe;judeu; espanhol, italiano... em coro) E que me venha no repente Muito canto Pra essa gente Onde meu coração fincou! Que a sanfona não se avexe Porque a cidade que aqui cresce A minha força ajudou! Eu também sou brasileiro Neste solo hospitaleiro Paulistano um pouco sou! ( migrante) São Paulo de Saulo Essa é a sua cara Nosso amor e nossas falhas Nossos sonhos e nossa dor... Do centro à periferia Nosso grito pede harmonia Nossas palmas são para o mundo Que em seu seio se achegou! ( Todos) Finalizando... Premeditando o Breque. Idealizado por FC a partir das seguintes fontes de pesquisa: Raízes do Brasil; América Mágica; Os Bandeirantes ( Abril ); Brasil Temático; dicionário do Brasil Colonial. Ano de 2004 ( SP 450 ) ******************************************************************************** Jogral é como se fosse um coral, só que ao inves de canticos, é um coral falado, mas falado dentro de uma ordem, o que confere uma musicalidade e ritmo à declamação. Pega-se o texto ou a poesia e divide em versos, que serão declamados por 1, 2, 3, ou quantas vozes quiser. O conjunto fica harmonioso e deve ser bem ensaiado e falado em voz bem forte ( Wikipédia).

sábado, 8 de agosto de 2009

Candelária

Papudinho

É o bichinho abandonado:

Pirueteiro,

Mordisca brincando – oh, brejeiro vira-lata!

Ronda Papudinho

Tigrado...

Cãozinho lindo que disputa pão e agrado

Com outros largados...Da espécie humana.

(1995)

“Alguns homens fazem de outros cobaias e se esquecem que acabarão vítimas da própria criação diabólica...”

FC. ( O Regresso – Além do +infinito )

Rir é ainda um bálsamo para suavizar as marcas da nossa pele...Vocês imaginaram se, a cada novo fato escabroso, criássemos uma ruga??? Quantas vocês teriam ganhado só essa semana???

Macunalice no Reino dos devotos secretos...

Numa galáxia muito distante, num reino grande, bem situado e bem dotado de Natureza, uma luta mortal estava sendo travada por nossa heroína - Macunalice -, recém demitida por conta de uma marola astronômica... Depois de muito procurar sua melhor roupa, ela estava pronta para enfrentar, às sete da matina, a condução, a fila, a entrevista, as concorrentes... Animada pegou o seu livro, esboçou um sorriso para o espelho e, por um lapso do mau-humor, até acreditou... Quando, de repente, ouviu no seu velho rádio vermelho desbotado...

sábado, 1 de agosto de 2009

A Guia

(letra inspirada em George Orwell; desenho: Chapplin - FC)  

A vida não é nada fácil... 

No silêncio do meu quarto 

Eu reflito, oh, meu senhor! 

Quando moço, eu gritei junto ao povo 

Frases feitas – bem ao gosto -,

De quem crê como lhe é posto, 

Com a fé de um salvador: 

Para viver humana dor... 

Dos discursos fiz minha guerra; 

Da ideologia falsa guia. 

Errei por essa terra: 

Deixei minha alma-de você -, vazia... 

E a mudança não mudou! 

Se eu pudesse reescrever 

Letra por letra, Hora por hora 

Toda essa minha memória 

História cega de paixão... 

Das alianças que vejo 

Às alianças que temo - 

O seu opium é só mais um torpor...

Das armadilhas que temo 

Às armadilhas que vejo 

Melhor sua guia que fala de amor...

(Fênix)
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