"(...) -Como eu gosto de você?

Eu gosto de você do jeito que você se gosta".

O Mundo no Engenho... e o ENGENHO do Mundo

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal e ausências.

Este é um esforço de dragão...


Há sempre lugares vazios dentro de nós. O vidro que falta numa  janela; uma cadeira esquecida; um canto qualquer que nos silencia... tudo são lembranças físicas. Tudo são sinais que, simbolicamente, nos falam. Podemos ou não compreendê-los - depende de nós interpretá-los corretamente. Ao longo da vida vamos deixando partes pelos caminhos, como membros que nos tenham sido amputados, sentimos a dor, a sensação da presença, o cheiro, uma energia morna e terna. O físico vai se distanciando, vamos nos adaptando e seguindo pois que, em nada mudaria parar, seria mesmo desleal para com os que nos permanecem presentes e que também sofrem, sentem.
O mais belo presente que ganhamos todos os anos somos nós mesmos: nossas lembranças e a possibilidade de sonhar ou, de projetar um tempo, seja ele o AGORA, seja ele o tal FUTURO. O vazio será sempre repleto de possibilidades que aguardam por nossas provocações. E, como NADA no mundo é substituível como alguns querem, o que se foi deixou o seu registro, cumpriu a sua missão fosse qual fosse. Assim, vamos pensar que, em algumas mitologias, os deuses deixam de se imortais quando são esquecidos pelo povo; Michael Ende em "A História sem fim" imagina com maestria que o mundo da magia se destruiria por completo quando, as crianças do mundo, deixassem de acreditar em Fantasia(s)... talvez, não seja um esforço muito grande crer que as coisas não acabam por aqui, a não ser que nós acabemos com elas... e que devemos tornar aqueles que amamos IMORTAIS, como deuses, recontando suas histórias por gerações. O que se pode fazer para imortalizar alguém ou algumas pessoas será encargo de cada um, por si, por tudo que vivenciou com aquele alguém/pessoas. Nada nos pertence e tudo é transitório e fugidio, Nada se perde - muta. Recria em forma, função e sentidos.  Aqueles que nos foram arrancados pela inveja e complexo de inferioridade, aqueles que adoeceram e precisaram partir, os jovens, os moços, o velhos que queriam e não puderão estar presentes fisicamente:  a todos eles, alegria. Alegria que se compartilhe entre os que vivem e entre os que estão por vir... uma estrela morre e imediatamente outra nasce em algum lugar do Universo. A maior prova de força e de coragem que alguém pode ensinar ( e não precisa ser para os filhos ...) é a da superação. No coração não se guarda os tons da morte e, sim, a multiplicidade das cores que sempre regeneram a vida. O Deus que está em mim, saúda o Deus que está em vocês...



A meu amigo Paulinho Prado, por sua irmã Márcia Prado.


...Contudo, ele conseguiu "vestir" as bolinhas!


Boas festas, muita saúde e proteção em 2014!
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