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sábado, 10 de novembro de 2012

A formação territorial da Região Sudeste

Avenida Paulista, 1911 - proximidades da Av. Brigadeiro Luiz Antonio.



Estes tópicos fazem parte do Trabalho de Graduação Individual I entregue na USP, sob os cuidados do meu caro orientador  Scarlato. Seu conteúdo é uma sistematização de vários estudos realizados também em outras áreas de atuação além da Geografia. Não será possível disponibilizar a bibliografia, pelo menos até depois da defesa oral. Entretanto, o trabalho entregue está devidamente formalizado, constando das notas e dos devidos créditos. Deste modo, assim que findar esta fase, a bibliografia estará acessível e o próprio TGI II completo, encadernado e na Biblioteca.

Resumo dos tópicos principais.


Critérios de delimitação: 

* A região sudeste como uma construção administrativa e didática, formalmente inserida no cotidiano popular por meio da escola e da mídia, incutiria a noção de pertencimento e de identidade sob a FORMA de uma falsa "unidade";

* para analisarmos as configurações espaciais devemos nos questionar primeiro: quem recorta o espaço e por qual finalidade o faz?;

* a configuração vigente idealizada em 1969/70 foi criada sob um dado contexto social, econômico, cultural e político muito específico (Ditadura Militar);

* Os motivos que levaram à dada unidade foram pouco questionados além das bancas acadêmicas, revistas e publicações especializadas: as mentalidades foram sendo simbolicamente trabalhadas ocultando um espaço geo-historicamente produzido e estruturado sob a lógica exploratória do capital;

* a formação territorial brasileira tem raízes no passado colonial:
- Capitanias hereditárias ( 1534; com elas as Sesmarias e os latifúndios);
- Governo Geral ( 1560);
- Governos do Norte e do Sul ( 1572);

* entretanto, as tentativas de controle administrativo fracassaram e o que manteve a "unidade" territorial colonial foi a instituição monárquica ultramarina - pautada em interesses, trocas e lealdades à Coroa (signos, símbolos e representações), inclusive,  com a Independência de 1822 - mesmo que não sem contestações e ou/ resistências;

* a Capitania de São Paulo ( 1681) incluía terras dos atuais estados de Minas Gerais ( exceto o Vale do Rio São Francisco), Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e o próprio paulista; perdeu em 1720, Minas Gerais (Guerra dos Emboabas); o de Goiás, em 1749; o de Paranaguá, em 1858. O que lhe restou chegou a ser anexado à Capitania do Rio de Janeiro ficando subordinado a ela. Em 1824, tornou-se Província ( já sob a égide do Império, outro novo “signo”);

* André Rebouças, em 1889, propôs uma regionalização baseada em zonas agrícolas. SP, ES e RJ vivenciavam a expansão do café. MG ainda permanecia "culturalmente" como zona auroferrífera, embora em plena decadência e engajada à nova produção cafeeira;

*em 50/60 a prática regionalizadora populariza a noção de região e incorpora-a à cultura, dando força ao Regionalismo;

* contudo, a essência e a prática deste regionalismo sempre esteve incorporada entre as elites locais, muito antes de sua apropriação e institucionalização pelo Estado regulador;

* segundo alguns autores, para o controle e na campanha estatal forja-se uma futura “identidade” esvaziada de seus aspectos tradicionais coloniais;

* o Estado centralizador, dentro deste aspecto, buscou quebrar antigos laços criando novos – menos nocivos à intervenção federal, minando resistências;

* o modelo atual, de 1970/88, está pautado em características sócio-econômicas ( dados estatísticos – quantitativos); no caso da macrorregião sudeste, o café se sobrepôs a toda heterogeneidade, forjando a “unidade”;

*a regionalização como instrumento de controle local apropriado pelo Estado: o nivelamento de tantas diferenças na criação da “unidade” não poderia ter sido imposto sem as resistências – fossem elas declaradas ou veladas;

*alegam muitos autores que o que comanda a (des)construção do território elegendo uma nova regionalização é a divisão territorial do trabalho, assim, os conceitos de região e de regionalismo não podem ser fechados.

* acerca da opção pelo uso das ciências econômicas e a ênfase quantitativa de dados – camufla os movimentos de contestação, seleciona certos critérios, prioriza dados e descarta outros gerando resultados “dirigidos”, ditos “científicos”, mas "maquiados";

Continua...

( Fatores da Formação Regional.)




Imagens do altamente recomendável:

Lembranças de São Paulo I - de Gerodetti & Cornejo: vale cada centavo gasto... magnífica obra.











http://www.mixpod.com/playlist/89849121

Um comentário:

José María Souza Costa disse...

Olá,
Estou a ler o seu blogue. Tenho um, e, estou lhe convidando a visitar-me, e se possivel seguirmos juntos por eles. Te desejo um bom fim de semana. Abraços

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