"(...) -Como eu gosto de você?

Eu gosto de você do jeito que você se gosta".

O Mundo no Engenho... e o ENGENHO do Mundo

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Desenhos do Engenho - Parte II

    
Noel Rosa, FC, 2010




(Lembrando que é apenas uma homenagem...talvez, não esteja nem parecido!)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Desenhos do Engenho - Parte I



Cora Coralina( FC-2010)


_______________________________________________
 Sem Palavras... ( FC- s/d)



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu - Rima Imperfeita

Nova Eu -  Rima Imperfeita, Fênix, 2010.

( Letra e melodia)

Nem toda flor
Está armada de espinhos:
Sou mais um vinho -
Escarlate alma e cor.

Tão distinta fragrância e sabor,
Posso até lhe causar rubor...
Confundir e exaltar o humor -
Mas, nunca lhe causar a dor!

Não sei falar de romance;
Não peço nenhuma outra chance;
Não penso em amor que já passou.

Sou feita de rima imperfeita...
Nem sei lhe estender as mãos:
Só sei que cresço nos campos da solidão.
(bis)


(Porque, muitas vezes, nós mulheres não sabemos harmonizar os sons do nosso coração...)


Eu - Rima Imperfeita,  Fẽnix, 2010,  

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um mundo que só existe na MEMÓRIA...


Desenho: Após a Chuva (Fractal),2010

Já imaginou que tudo que vê por aqui pode não ser  "REAL" ou, pelo menos, exatamente como  você vê? 
Que pode existir apenas na Memória virtual deste PC? 

Que mundo fugidio este da internet!

"Tudo que é sólido desmancha no ar"...(K. Marx)

Fractais:

 
 Fractais, Fênix, 2010












A imagem fonte:


sábado, 6 de novembro de 2010

Graffiti

 Desenho/montagem - Graffiti - o que Acolhe e Protege, FC, 2010.


Meu coração está traçado em giz
Cor - de - rosa.
Oferta a sorte da Lis -
Vibra nos tons duma Flor Amorosa.


É graffiti esperando um olhar;
Apelo que requer um altar;
Arte perdida nas ruas;
Sonho partilhado com a Lua.

Se deixar rastros -
Que sejam enigmáticos como os dos astros -,
Cometa num tapete de Luz!

Se vestígio urbano, 
Que humano permaneça.
E como mágica, a esperança, do muro refloresça...


Desenho / Montagem: Graffiti - Memórias, 2010

 Inspirado em um comentário do amigo blogueiro Cassini. Muito grata a ele e a todos que comentam!





terça-feira, 2 de novembro de 2010

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: REFLEXÕES, REALIDADE E PRÁXIS.


Foto: Bananal, Fênix, 1995.

(Fênix Cruz, ainda DO Buraco – aproveitando uma luz piscante...)

O debate a respeito da sustentabilidade vem sendo travado há alguns anos na arena política e empresarial internacional, logo constatadas as primeiras crises decorrentes da degradação ambiental e o iminente colapso dos ecossistemas e da humanidade. Como resultado deles, em 1983, a COMISSÃO MUNDIAL PARA O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO contando com 23 países membros, produziu um documento muito importante(1) que definiu com maior clareza o conceito até então pouco preciso de Desenvolvimento sustentável. Este passou a não só integrar todas as discussões por vir, como a permitir novos questionamentos e a expansão de outros conceitos tais como os de pegada ecológica; segurança ambiental global e overshoot. O Desenvolvimento sustentável pode ser compreendido, de acordo com documento expedido pela Comissão(2), como sendo:

(...) aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.

A definição de Pegada ecológica pode ser um instrumento vital de avaliação dos impactos antrópicos ao meio ambiente, ao estimar matematicamente a quantidade e qualidade de terras e mar produtivos necessários para a manutenção da vida no planeta, fornecendo os dados sobre os recursos eqüitativamente computados “per capita” versus a capacidade de regeneração e / ou reprodução dos ecossistemas(3). Deste modo, a pegada é o impacto cada vez mais acelerado na escala do tempo/espaço causado pela ação humana sobre o meio ambiente global/local. Escassos os próprios recursos, os países recorrem aos dos em “desenvolvimento” utilizando-se de diversas estratégias diretas e indiretas ( créditos de Carbono). Surgindo disto, o termo overshoot, relacionado à degradação do capital natural ou à quantidade do déficit ecológico local(4) cujos países tentam sanar importando recursos sem a preocupação de contribuir com práticas ecológicas que possam fragilizar suas economias.

Ele (overshoot) ocorre quando o consumo humano e a produção de resíduos excedem a capacidade do planeta em criar novos recursos e absorver os resíduos.

Em outras palavras, de acordo com esta definição de CIDIN & SILVA, é a manutenção da idéia de natureza como mercadoria e de uso descartável que permeia as relações dos séculos XX e XXI.
Finalmente, o conceito de segurança ambiental global refere-se à estratégias de unidade política internacional na prevenção e reparação dos processos de degradação(5) intensificados ao longo do desenvolvimento de uma economia e crescimento fundamentados na exploração e desperdício de recursos naturais renováveis e não renováveis. Apesar do reconhecimento da gravidade do problema, os negociadores dos diversos países acabam por salvaguardar os interesses nacionais, sendo as preocupações ambientais divulgadas, mas encaminhadas de modo a prevalecer as vantagens econômicas e políticas que cada país passa auferir(6) na banca de negociações.
Enquanto cada qual monta o seu discurso e justificativa a fim de manter o mesmo status de poder e consumo, a materialização da ação humana praticada pelos agentes que detêm os meios de produção constrói em igual proporção à degradação ambiental, paisagens de misérias. Miséria humana e miséria ambiental. A maior parte da humanidade sofre as privações dos recursos e dos benefícios tecnológicos gerados pelos mesmos, desde que foi subjetivada como “natural” a posse dos meios de produção e dos excedentes produzidos, por um pequeno grupo que se metamorfoseia no decorrer da história da humanidade, explorando também o trabalho humano. No atual modo de produção os não privilegiados no sistema ficam fora da partilha ditada pelo capital. Sem os recursos e o reconhecimento adequados dessa natureza a qual dependem mais rejeitam, os explorados negam a si reproduzindo os erros da classe dominante em que se espelham, sendo vítimas das práticas predatórias dela e de si mesmas( mimese ). Assim são os reflexos dessa miséria humana:

(...) conforme wackernagel & Rees (1995), de acordo com as estatísticas das Nações Unidas, cerca de 1,1 bilhão de pessoas vive em extrema riqueza e consome por volta de ¾ dos recursos do mundo ,isto é, precisa mais do que a capacidade do planeta pode suportar; ao passo que a população restante, cerca de 80%, sobrevive com ¼ dos recursos. Isso tudo sem considerar que as futuras gerações precisarão dos mesmos recursos existentes hoje para sobreviverem, assim com as outras espécies(7).

A lógica Cartesiana e a apropriação do discurso de Malthus pela elite com a intenção de explicar a miséria e os perigos do crescimento populacional, seguindo aos interesses dominantes e somados ao Darwinismo Social (Spencer), ajudaram a formar a mentalidade predominante onde se externaliza e compartimenta as Ciências, a Natureza, o Humano(8). O trabalhador alienado e coisificado, ou a África – esquecida sempre que não “necessária” – são as variantes com destino comum nesta porcentagem em desvantagem, HOJE. Em teoria teriam o dever/direito de cuidar e participar do que fosse extraído ou gerado a partir dos recursos, dentro do contexto de cada discussão, pois originalmente, a Natureza é de ninguém e é de todos, afinal, toda a vida sofrerá as conseqüências decorrentes do desequilíbrio e da ameaça crônica de escassez aceleradas pelos outros 20%...
Os objetivos do Desenvolvimento Sustentável e Social dentro da visão de sustentabilidade exige uma transformação na forma de atingirmos o progresso econômico e o modo de pensarmos a sociedade(9). A ética da sustentabilidade requer que se atente para a eqüidade no trato e na distribuição dos recursos, o que como vimos não vem ocorrendo já que a minoria no topo da escala social permanece a exceder exageradamente no uso dos recursos materiais e energéticos. Esta desigualdade, embora seja pontuada nos documentos oficiais como sendo fator de mudança a ser atingido, efetivamente, o modelo padrão de desenvolvimento econômico “linear”, “progressivo” e “utilitário” embasado nos pilares da mentalidade mercadológica capitalista não é confrontado. É o caso do NOSSO FUTURO COMUM, onde essa “velha” lógica permanece inabalável. Se o simples crescimento econômico não basta, conforme a COMISSÃO, tendo que se harmonizar o crescimento demográfico à oferta do potencial produtivo do ecossistema, quem abrirá mão neste jogo de palavras será novamente a população mais carente, convidada ao controle vegetativo e à divisão dos poucos recursos existentes em seus países, com aqueles mesmos velhos colonialistas e imperialistas que lhes espoliaram no passado...
Da realidade à práxis o abismo escamoteado pela névoa da retórica disfarça interesses e conduz à inércia de ações sociais, políticas e econômicas revolucionárias. O futuro comum - de interesse comum, como é alardeado -, ditado pelos países hegemônicos economicamente, ainda tem o tom do neoliberalismo excludente, o que o faz contraditório neste propósito. E, como alerta ESCOBAR: o  Desenvolvimento Sustentável defendido por essas organizações, outra vez se faz, por meio da mão benevolente do ocidente a salvar a Terra (10)...
Se for assim, quando a astúcia busca subjugar, então, qual “futuro comum?”

Notas

1 - RIBEIRO. Wagner Costa. Desenvolvimento sustentável e segurança global.  Biblio3W, Revista Bibliográfica de Geografia y Ciências Sociales, Universidad de Barcelona, vol VI, no. 312, 2001, p.1-10, http://www.ub.es/geocrit/b3w-321.htm
2 -COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (CMMAD). Nosso Futuro Comum.Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,1988.
3 - CIDIN. Renata da C. P. James. SILVA.Ricardo Siloto da. A pegada ecológica em relação ao homem, à natureza e à cidade. Universidade Federal de São Carlos, s/d. catitos@terra.com.br
4 -Idem.
5 - RIBEIRO. Wagner Costa. Idem. p 1 –10.
6 -Idem.
7 - CIDIN. Renata da C. P. James. SILVA.Ricardo Siloto da. A pegada ecológica em relação ao homem, à natureza e à cidade. Universidade Federal de São Carlos, s/d. catitos@terra.com.br
8 - LEFF. Enrique. Saber Ambiental – sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Editora Vozes: Petrópolis, 2001, p.42-55.
9 - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (CMMAD). Nosso Futuro Comum.Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,1988.
10 - RIBEIRO. Wagner Costa. Ecologia Política: ativismo com rigor acadêmico. Biblio3W, Revista Bibliográfica.

BIBLIOGRAFIA

CIDIN. Renata da C. P. James. SILVA.Ricardo Siloto da. A pegada ecológica em relação ao homem, à natureza e à cidade. Universidade Federal de São Carlos, s/d. catitos@terra.com.br
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (CMMAD). Nosso Futuro Comum.Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,1988.
HOBBES. Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
LEFEBVRE. Henri. Lógica formal/lógica Dialética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
LEFF. Enrique. Saber Ambiental – sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Editora Vozes: Petrópolis, 2001, p.42-55.
OLIVEIRA. Ana Maria Soares de. Relação Homem Natureza no Modo de Produção Capitalista. In Revista Pegada Ecológica eletrônica, Volume 3, número especial, www2.prudente.unesp.Br/ceget/pegada/pegesp10.htm
RIBEIRO. Wagner Costa. Desenvolvimento sustentável e segurança global. Biblio3W, Revista Bibliográfica de Geografia y Ciências Sociales, Universidad de Barcelona, vol VI, no. 312, 2001, p.1-10, http://www.ub.es/geocrit/b3w-321.htm
RIBEIRO. Wagner Costa. Ecologia Política: ativismo com rigor acadêmico. Biblio3W, Revista Bibliográfica de Geografia y Ciências Sociales, Universidad de Barcelona, vol VII, no. 364, 2002, p.1-20, http://www.ub.es/geocrit/b3w-364.htm
ROUSSEAU. Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987-88.
SMITH. N. Desenvolvimento Desigual. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1987.


Agradecemos a paciência de quem ficou para compartilhar que, em breve, estaremos retornando! Antes que o sinal que ( ainda )não está estável caia, um grande abraço!
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