"(...) -Como eu gosto de você?

Eu gosto de você do jeito que você se gosta".

O Mundo no Engenho... e o ENGENHO do Mundo

domingo, 18 de outubro de 2009

Doutrinamento social: máquinas de moer mentes.

Ensinar é um ato político. Passar, omitir, simular, induzir à... Estes verbos que sugerem diversas ações sobre o ato explicam a grandeza e a pequenez dos agentes escolhidos para exercer tal tarefa tão importante. Numa empresa / instituição onde não haja formação humana adequada para essa finalidade, é possível que mediante o medo da concorrência e da ciência cruel de que se é mera peça substituível de uma gigantesca máquina, a parte negativa do ato aflore mais, de modo que assegure a própria e dissimulada excelência, mesmo que frágil, à custa da ignorância fragmentada do outro. São os princípios da Teoria Clássica da Administração de H. Fayol1 somados ao Taylorismo2 influenciando nas relações entre as pessoas. A(s) técnica(s) sobreposta(s) ao humano.

A manutenção dos micro poderes emperrando o andamento do TODO, apenas moldando artifícios capazes de escamotear a realidade a fim de garantir a própria existência como único foco norteador é, infelizmente, frequente... E isto não significa que este ato seja exercido por alguém que não tenha instrução formal esmerada... Muitas vezes, somos testemunhas de abusos vindos de pessoas muito letradas, mas pouco educadas já na primeira infância para lidar com os outros3. Pessoas que não aprenderam a ouvir “não” e que desconhecem “limites” entre o “Eu” e o “outro”, entre o “público” e o “privado”. Será que o caro leitor conhece gente assim? Gente que lida com o funcionário como se estivesse lidando com um utensílio da cozinha? Ou com o cão – que recebe agrado se abana o rabo e castigos se não obedece direitinho? Ou que ainda, brada no serviço “essa é minha cadeira” esse é meu computador”... Quem ainda não viu candidatos atrasados esmurrando os portões, gritando que quer entrar? Chega a ser cômico... Alguém assim, se importa com os outros ou com equipes?
 Num mundo em que a eficiência é requerida, a equipe deve ser chamada a opinar. São os funcionários que lidam no dia-a-dia com as dificuldades que devem apontar os caminhos mais fáceis para um melhor procedimento. A função do chefe, neste contexto, é obsoleta. Deve ser substituída pela de coordenador – cujas atividades modernizadas -, é obvio, são bem diferentes do mando / execução. Este, por sua vez, deve ser escolhido com atributos que, hoje, são muito mais relevantes: deve saber ouvir a todos; deve saber expor o que ouviu de forma sucinta, de modo a sintetizar as idéias do grupo; deve saber transmitir o conteúdo da mensagem de sua equipe defendendo-a, após as devidas inclusões, exclusões e correções, sempre com a interatividade dos setores envolvidos. Tudo pelo bem comum do trabalho: quem trabalha contente - trabalha bem. Se realiza como pessoa. Alguém que se prevaleça de seu caráter ditatorial e possessivo não tem o perfil adequado, pois manipulará, a seu bel prazer, situações. E num mundo onde os jovens são mais esclarecidos4, a Lei da chibata psicológica não surte os efeitos esperados. O resultado é uma alta rotatividade que, tanto financeiramente como internamente, influenciarão de forma negativa na produtividade de todos, já que que o ciclo do “ensino” se repete da mesma forma degradada que a anterior, sobrecarregando quem fica, e de certa forma exaurindo-lhes a ponto do erro! Assim, nunca há alguém capacitado para “substituir” porque efetivamente o conhecimento foi, acima de tudo, alvo do mau ato político. Será possível que todo novo funcionário é relapso, incapaz e irresponsável? Empresas / instituições sérias estão preocupadas com isso. Se é um quadro comum na sua é bom começar a repensar as chefias... Pois o bem-estar, a solidariedade, a cooperação entre os membros é o caminho. E cuidado com os discursos: cooperação é ação espontânea e não impositiva. Digo porque ouvir um “Não posso nesse momento”, não vai matar... Se “não” matasse - a humanidade estaria extinta. Nem sempre, em dado momento, é possível auxiliar alguém sem comprometer o próprio trabalho...Cooperar não é se prejudicar.
Por fim, é recomendável fugir dos fuxicos. Por medo de represália alguns se sujeitam e aceitam humilhar e discriminar aquele que o chefe não gosta: ou por ser sindicalista, ou por ser depressivo, ou por qualquer motivo inventado. A roupa, a cor do cabelo, a religião, a tatuagem... Tachados como “feios”, logo são também “sujos” e “malvados”... Entretanto, é muito significativo não esquecer que a próxima vítima poderá ser você... Não dar corda a esse tipo de assunto é um bom começo e, quem costuma aderir - pense nisso... O silêncio ou a mudança de assunto é um ótimo indicativo de que a conversa não está agradando.
Transcrevo abaixo alguns princípios formulados nos fins do século XIX, início do XX, por Henri Fayol, em complementação aos de W. Taylor, que podem ser observados nos discursos e atos do XXI:
* “Autoridade - Autoridade é todo direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. 
* Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.
* Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens.
* Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
* Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar.” grifos meus. (htpp://www.wikipedia.org.wiki/consumo).
  As críticas...
*  “Obsessão pelo comando;
*      Organização vista como sistema fechado, independente do meio externo;
Manipulador dos trabalhadores” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Henri_Fayol).
   Veja:
O homem que virou suco ( dir. João Batista de Andrade, 1980 );           Tempos Modernos ( dir. Charles Chaplin, 1936);





Notas:

1 - foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência.
Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade. Os economistas assumiram que o estudo das ações econômicas do homem poderia ser feito abstraindo-se as outras dimensões culturais do comportamento humano: dimensões morais, éticas, religiosas, políticas, etc., e concentraram seu interesse naquilo que eles identificaram como as duas funções elementares exercidas por todo e qualquer indivíduo : o consumo e a produção.
O homo economicus nada mais é do que um pedaço de ser humano, um fragmento, um resto, a sua parcela que apenas produz e consome, segundo "leis" deduzidas da observação, cujo único critério de verdade apoiava-se na evidência. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Henri_Fayol)
2 - Em 1911, o engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor publicou “Os princípios da administração científica”, ele propunha uma intensificação da divisão do trabalho, ou seja, fracionar as etapas do processo produtivo de modo que o trabalhador desenvolvesse tarefas ultra-especializadas e repetitivas. Diferenciando o trabalho intelectual do trabalho manual. Fazendo um controle sobre o tempo gasto em cada tarefa e um constante esforço de racionalização, para que a tarefa seja executada num prazo mínimo ( http://www.brasilescola.com/geografia/taylorismo-fordismo.htm )
3- Diferentes seja cultural ou socialmente, mas em essência – iguais.
4- A Geração Y responde muito menos aos tipos de comandos e controles tradicionais de gerenciamento ainda populares. É a maioria da força de trabalho de hoje, diz Jordan Kaplan, um professor associado à ciência de gerenciamento na Universidade de Lond Island, Brooklin, Nova York. Eles cresceram questionando seus pais e agora estão questionando seus empregadores. Eles não sabem se calar, o que é ótimo, mas isto é um agravante para o gerente de 50 anos quando diz, - “Não faça isto não faça aquilo”.
Conflitos também podem aparecer no estilo de gerenciamento Diferentemente das antigas gerações, que em grande parte estavam acostumados a revisões anuais, a Geração Y cresceu dentro de constante feedback e reconhecimento dos professores, pais e orientadores e podem se ressentir e se sentirem perdidos se a comunicação com os patrões não é mais regular.
(http://www.kairosnet.com.br/jobjump/ger_y.html)

Bibliografia:
sites indicados - notas.



notanapauta.blogspot

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