domingo, 30 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Refazendo...
O que me fere
Nos subterrâneos da pele,
Verso...
E minhas searas não serão Saaras,
Pois, o meu amor emerso climatiza.
O que cultivo se refaz em vinhas,
Adocica.
Quem ama por dentro
Segue refazendo...
Quem ama por fora
Teme a cada aurora
A metamorfose e os ventos:
Sem referencias,
O coração não aporta... apenas, envelhece e aborta!
Fênix...
Como em mim também...
Aprendi que pedra lisa
Faz quedar nela quem pisa!
Se passo
A mel, banana e sal...
Se passo bem
Se passo mal,
Passo... não fico na vida de ninguém:
Passo largo
À distância do juízo que se tem
Das coisas tanto quanto fugidias...
Fugidias
Como em mim, também...
Fênix
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
A cultura da imaginação e a imaginação da Cultura - expressões da Arte, da Literatura, da Educação e outras expressões...

( Hasan de Basra, Os Sufis1)
Da palavra Cultura...
No século XVIII, o termo germânico Kultus simbolizava os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto que o francês civilization, representava, principalmente, os aspectos materiais de um povo. Foi em Edward Tylor que ambos foram sintetizados no inglês Culture. 2 Algumas obras mais antigas, também atribuem a origem, do latim Cultus ou, ação de cultivar. Vejamos: no sentido subjetivo, isto significa o alto grau de desenvolvimento da capacidade intelectual humana, patrimônio de idéias3 de épocas / lugares e seus respectivos povos. Um complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes4, enfim, toda produção sociocultural exclusiva de nossa espécie. Dessa forma, a saga humana reconstituída no decorrer do desenvolvimento da espécie em prol da própria sobrevivência é um inventário a respeito de como cada um dos diversos povos, dentro das mais diferentes sociedades, construíram, a partir de suas vivências, múltiplas culturas, constituindo, a Cultura, cuja as nuances há muito nos espanta e encanta. Os sere humanos buscam a sobrevivência lidando com o meio e com outras pessoas do mesmo grupo ou, de grupos diferentes de “dentro” e “fora” das suas sociedades, seja de uma mesma região ou lugar, mas todos objetivando a satisfação material e espiritual necessárias ao mínimo bem-estar. Como percebemos, o tempo e o espaço; o coletivo e o individual; o igual e o diferente, dentre tantos outros são conceitos históricos e socialmente construídos, carregados de simbologias importantes para que se entenda os relacionamentos que fazem da Terra, o que é: nossa morada... Justa ou injusta – mas espelho de nossas ações reais, em todos os tempos... E inspiradora por todos esses elementos, de nossas ações imaginárias, dialeticamente falando. Ou seja, para todo fato inexplicado, nascia e ainda nasce uma fantasia... Foi assim que o homem criou... Criou para explicar de onde viemos, o que somos e para onde vamos...
...De onde viemos, o que somos e para onde vamos é situar-se no mundo, questões que dentre muitas implicam em reflexões a respeito da “finitude” - que no terreno da horizontalidade é a única certeza do que está vivo-, e da “eternidade” - o divino na verticalidade e a temível incerteza de um depois... Como “gente” significa “identidade” ( sou, vou, pertenço...); como “humanidade” significa compreender o que nos permitiu atingir este grau de diferença em relação aos outros animais e se estamos agindo corretamente para nos preservar – preservando tudo que nos possibilita a vida, já que somos parte da Natureza... E significa ainda, valorizar as diferenças entre nós, adquiridas nessas experiências, sempre refutando as desigualdades. Em suma, o que nos interessa é a questão das identidades, das suas infinitas formas de linguagem, impressões e expressões. E são as investigações históricas que nos permitirão a compreensão da origem dos traços culturais, isto é, o particularismo histórico onde cada cultura segue o seu próprio caminho em função de eventos diferentes.5
Da imaginação...
A invenção do sagrado, talvez, tenha surgido exatamente nesse ponto – o da “identidade”. A religião, do latim religare - ligar, juntar, unir o homem à divindade -, tem sua manifestação visível nos cultos e nos ritos. Se faz presente nos mitos e reelabora arquetipicamente. Eles são a comunhão com o sobrenatural6 e, mesmo que sejam suas manifestações diversas, são constantes no inconsciente coletivo.
Os mitos não fazem parte da História, entretanto, sua simbologia extrapola o tempo, sendo readaptados em outras estórias ou histórias ( ao gosto do leitor). E é para entender o imaginário que os mitos são estudados. Decifrá-los é parte do quebra-cabeça que compõe a mentalidade dos povos. As lendas estão na alma popular e é o fabuloso personalizado transposto arquetipicamente até os nossos dias.
Bem mais tarde o antropocentrismo deslocou o foco do plano celeste para o terrestre. Mas, guardamos dentro de nós o fascínio por todo esse legado produzido por nossos antepassados. A diferença é que hoje é para fugir da aspereza cotidiana ou do tédio, que reinventamos a roda e criamos formas magníficas, aventuras, confusões e exorcizamos com isso o próprio medo. Imaginamos – pois é a imaginação que nos dá expectativas para crer em algo e continuar a viver. Talvez, reconstruindo como Bastian7, o mundo de Fantasia e, dessa forma, sonhar todas as noites que algo pode ser diferente amanhã...
“ O rio atinge os seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos”
( Lao-Tsé – To te King8, séc. V ª C)
Pode ser que em sua caminhada no seio da rocha bruta, esse rio que corre nas veias e no coração se tenha dado conta do próprio poder de encantar, de ser útil e alimentar a vida, fez-se divino e, como divino eternizou-se na obra, transcendeu os tempos. Mesmo que barrem os seus cursos, sua força vital mina dos subterrâneos dos mundos, numa estante escondida duma biblioteca qualquer, prestes a emergir e revelar quando de um leve virar de página...
Fênix Cruz
Vale lembrar que este é um espaço de expressões e impressões pessoais: território livre de discursos e amarras. Quem quiser rigor científico deve migrar para lugares apropriados, pondo os pés em terras firmes.
Notas:
1SHAH. Idries. Os Sufis, Circulo do livro,1977.
2LARAIA. Roque de Barros. Cultura – um conceito Antropológico. Zahar, 1986, p.30/40
3Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Cia do Material de Ensino / MEC; 1967, p. 134.
4LARAIA. Op. Cit.p.30/40.
5LARAIA. Idem idem, p.30/40.
6Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Op. Cit., p. 134.
7Bastian é o personagem principal de “A História Sem Fim”, obra de Michel Ende, mais tarde, transformada em filme.
8Nova Escola. Abril, junho/julho de 2004, p. 66
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Todo gênio só conhece o caos: a ordem fica para quem não cria!
...Em terra de cego quem tem um olho é rei... Xiiiiiii... Seu azar! Ainda tenho mais quatro sentidos para usar!!! Hihihiiiiiiiiii...
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Jogral: Identidades Paulistanas...Plurais sem Memória?
sábado, 8 de agosto de 2009
Candelária

É o bichinho abandonado:
Pirueteiro,
Mordisca brincando – oh, brejeiro vira-lata!
Ronda Papudinho
Tigrado...
Cãozinho lindo que disputa pão e agrado
Com outros largados...Da espécie humana.
(1995)
“Alguns homens fazem de outros cobaias e se esquecem que acabarão vítimas da própria criação diabólica...”
FC. ( O Regresso – Além do +infinito )
Macunalice no Reino dos devotos secretos...


sábado, 1 de agosto de 2009
A Guia

A vida não é nada fácil...
No silêncio do meu quarto
Eu reflito, oh, meu senhor!
Quando moço, eu gritei junto ao povo
Frases feitas – bem ao gosto -,
De quem crê como lhe é posto,
Com a fé de um salvador:
Para viver humana dor...
Dos discursos fiz minha guerra;
Da ideologia falsa guia.
Errei por essa terra:
Deixei minha alma-de você -, vazia...
E a mudança não mudou!
Se eu pudesse reescrever
Letra por letra, Hora por hora
Toda essa minha memória
História cega de paixão...
Das alianças que vejo
Às alianças que temo -
O seu opium é só mais um torpor...
Das armadilhas que temo
Às armadilhas que vejo
Melhor sua guia que fala de amor...
(Fênix)