"(...) -Como eu gosto de você?

Eu gosto de você do jeito que você se gosta".

O Mundo no Engenho... e o ENGENHO do Mundo

sábado, 24 de março de 2012

A Arte e o Mestre


" O aluno japonês traz consigo três coisas: uma boa educação, um profundo amor pela arte escolhida e uma veneração incondicional pelo mestre.
(...)

  Longe de querer despertar prematuramente o artista, o mestre considera como missão primordial converter o discípulo num artesão que domine profundamente o ofício, o que este fará com a sua habitual e pertinaz dedicação e como se não tivesse aspirações mais elevadas, submetendo-se ao duro aprendizado com resignação, para descobrir, com o passar dos anos, que o domínio perfeito da arte, longe de oprimir, libera.

(...) 
Dia após dia ficava cada vez mais fácil levar a cabo, sem esforço, as sugestões técnicas que eram propostas, mas devíamos também ser capazes de ter inspirações próprias, indispensáveis para nosso enriquecimento interior. Assim, por exemplo, a mão que guia o pincel, no exato momento que o espírito começa a elaborar as formas, já encontrou, juntamente com esse, a ideia que pretendem realizar: o aluno, por causa disso, não sabe se o 'autor' da obra é a mão ou o espírito. Mas para que isso possa ocorrer, quer dizer, para que o trabalho se espiritualize, se faz necessária a concentração de todas as energias físicas ou psíquicas, tal como na arte dos arqueiros.

(...)Ele (o Mestre) apenas lhe ensina o caminho, deixando-o percorrê-lo por si mesmo, sem a companhia de ninguém. A fim de que o aluno supere a prova da solidão, o mestre se separa dele, exortando-o cordialmente a prosseguir mais longe do que ele e a se 'elevar acima dos ombros do mestre'".

(A arte cavalheiresca do arqueiro Zen, p.60, 61 e 67)
 

 Uma pequena homenagem a um grande Mestre, o pesquisador geógrafo Aziz Ab'Saber. O mundo está mais pobre sem a sua presença: que os seus discípulos possam, então, prosseguir os próprios caminhos, espalhando como ele, novos fundamentos  e conhecimentos acerca da disciplina, enfim, a Grande Arte de ser e de ensinar a ser Geógrafo.

Agora, sigam a prova da solidão...



Trechos retirados da obra: 

Herrigel, Eugen. A arte cavalheiresca do arqueiro Zen. São Paulo: Pensamento,2011.

Prefácio da Monja Coen, Coleção Clássicos Zen, bibliografia integrante do próximo tema:  
" A cultura japonesa nos animes / mangás: introspecção e memória."








Os livros de Aziz...


(A finalidade desta indicação é a de apenas visualizar a relação de livros. Como ainda não adquirimos nenhuma obra no site, não poderemos dar referências dele).

Um comentário:

Penélope disse...

O que dizer de uma postagem tão bela?
Realmente há mestres que veneramos.
Estes sábios que mesmo sendo responsáveis em apenas apontar o caminho possuem um lugar especial em cada um de nós.
Um grande abraço, Fênix.

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