( Para um colega bom, metido a mau e, profundamente solitário )
Dedilho as horas
Com o coração galopante,
Peito de infante,
Glorioso por desafiar o Mar...
Singro, assim, em pensamentos,
Rumo além de outras terras
Nem tão pronto a enfrentar feras
Resta-me a ilusão, tocar...
São tantos os portos que atraco
Temeroso de prender-me ao visgo
Espalho flores de Narciso
Quando o que mais preciso
E num canto seguro, aconchegar...
Idas pelo mundo afora
Pescador de sonhos
Nos mares de dentro
Poeta marginal:
Submerso no verso
Reverso do ser que represento...
Mas água pra Narciso é espelho
Não sacia a sede
Não comporta rede
Só engana a gente
Passa...
E dedilho as horas para passar este instante,
Em que a solidão me arrasta!
(FC)2008.
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